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“A utilização das redes sociais ainda é um teste de voo”, diz Inácio Muzzi

Redes sociais, como twitter e facebook, são um fenômeno recente, mas que têm causado grandes impactos na atividade jornalística. Por isso, esse tema será abordado no 12º Congresso Estadual dos Jornalistas, que acontece nos dias 13, 14 e 15 de abril, na Pousada Ecos da Floresta, em Domingos Martins. Quem falará sobre o assunto é Inácio Muzzi, que dirige o escritório da CDN Comunicação Corporativa, em Brasília, e concedeu uma entrevista sobre redes sociais para o Sindijornalistas.

 

Inácio é formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC – MG), coordenou a comunicação dos Ministérios de Desenvolvimento e Planejamento, além de dirigir a comunicação dos programas Brasil em Ação, Avança Brasil e Alvorada.

O jornalista também atuou na assessoria de comunicação da Câmara dos Deputados e na redação dos jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Jornal do Brasil, O Globo, Estado de Minas e da revista Isto É.

Sindijornalistas: O uso profissional das redes sociais ainda é visto com um certo receio pelos jornalistas? E pelas empresas?

Inácio Muzzi: Jornalistas e empresas ainda testam a melhor forma de utilização das redes sociais. É um teste em voo. O uso vai indicando fragilidades e virtudes. Um bom exemplo de fragilidade para o jornalismo foi o vídeo-documentário sobre as atrocidades do guerrilheiro Kony, em Uganda. Veiculado na internet, no primeiro momento mereceu ampla repercussão na mídia mundial. No momento subsequente, quando a imprensa formal entrou em campo, ficou comprovada  a fragilidade de inúmeras informações contidas na peça. Sem dúvida as ações de Kony são notícia, mas nunca na dimensão que mereceu no primeiro momento.

Sindijornalistas: Quando uma empresa contrata os serviços de assessoria de imprensa em redes sociais, normalmente quais são os objetivos procurados por ela por meio da utilização dessas mídias especificamente?

Inácio Muzzi: O primeiro objetivo é sempre atingir o consumidor, diretamente ou via formadores de opinião, e estabelecer um relacionamento de duas mãos. Há também a intenção de realizar ações de RP 2.0, direcionadas a blogueiros específicos, para divulgar a marca  e as ações da empresa. Como hoje todos já estão nas redes sociais e não têm o direito de impedir isto, outra preocupação relevante é a de monitorar a presença do nome da empresa nas mídias sociais e desenvolver uma política de atuação como sujeito da informação. 

Sindijornalistas: Que tipo de conhecimento e método específico as dinâmicas e demandas de assessoria de imprensa exigem dos jornalistas?

Inácio Muzzi: Formação de jornalista ou RP para a produção de conteúdos. O profissional deve gostar da rede e usá-la pessoalmente. A cotação do profissional cresce no mercado, se ele detiver noções de métricas para produzir relatórios de performance em redes: nº de visitas, perfil dos usuários, entre outros.  Capacidade para planejar e criatividade também contam. Existem vários cursos de especialização para complementar a formação básica de jornalista.
 
Sindijornalistas: Com o advento das redes sociais, houve ampliação do mercado de trabalho para jornalistas?

Inácio Muzzi: Sem dúvida. Nas agências de comunicação a quase totalidade dos profissionais envolvidos com as redes sociais são jornalistas.

Sindijornalistas: Quais os pontos fortes das redes sociais se comparadas com outros tipos de mídia?

Inácio Muzzi: As redes sociais têm a vantagem da divulgação imediata e da fácil disseminação.  O direcionamento para os nichos específicos é outro ganho das redes, como também a possibilidade acessar o público alvo em seu próprio ambiente. O custo de produção é baixíssimo perto das outras ferramentas.

Sindijornalistas: Um estudo divulgado pela PR Oriella Network, rede internacional de agências de comunicação representada na América Latina pela ViaNews, aponta que os repórteres brasileiros buscam mais informações nas mídias sociais, como Twitter, Facebook e Blog, que nas assessorias de imprensa. Você acha que isso pode culminar no enfraquecimento de empresas de assessoria de imprensa que não reconfigurarem suas atividades e não investirem na qualificação de seus profissionais?

Inácio Muzzi: De forma alguma. A função das assessorias de imprensa sempre foi proativa e extrapola em muito a simples remessa de releases, textos de apoio ou avisos de pauta. A missão nobre da assessoria é convencer a mídia de que o assunto com que trabalha é notícia e merece destaque. Isto geralmente não se consegue pelo canal frio da rede social. As assessorias também trabalham com comunicação estratégica, contexto no qual as redes sociais surgem apenas como um dos vários meios hospedeiros da ação prescrita.