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Gazeta demite jornalistas e redação fica sobrecarregada

Nós últimos quatro meses, 12 profissionais da redação – entre editor-executivo,  editores, fotógrafos, repórteres, ilustradores e diagramadores – foram demitidos do jornal A Gazeta. Sem novas contratações, o processo produtivo ficou ainda mais difícil para os jornalistas, devido à sobrecarga de trabalho.

Segundo o Sindicato dos Jornalistas, as demissões ocorridas nos últimos meses agravaram ainda mais o problema da sobrecarga na redação do jornal, o que tem obrigado repórteres a trabalharem mais de sete horas por dia, sem receber pelas horas excedentes. “O não-pagamento de horas extras é ilegal”, diz Suzana Tatagiba, presidente do Sindicato.

Diante da situação, o Sindicato irá enviar uma correpondência à empresa pedindo que providências sejam tomadas para resolver a questão. “Se nada for feito, vamos acionar a DRT para fazer uma fiscalização na empresa e tomar as medidas cabíveis, no sentido de resguardar os direitos dos jornalistas”, diz Suzana.

A empresa alega que as demissões são um reflexo da crise. Mas, para o Sindicato, a decisão de demitir privilegia o lucro, em detrimento da qualidade. Os cortes ocorridos atingiram os profissionais mais experientes e com mais tempo de casa,  cujos salários são melhores. Entre os doze demitidos, sem justa causa, nove dedicaram mais de oito anos à empresa, um deles com 34 anos de casa.

Na avaliação do Sindicato, o fim da sobrecarga no jornal passa pela abertura de novos postos de trabalho na redação. Caso contrário, corre-se o risco de perder qualidade e credibilidade junto ao leitor. “O jornalista tem feito a sua parte, que é a de apurar e produzir com seriedade suas matérias. Cabe à empresa dar condições dignas de trabalho e respeitar o direito de seus trabalhadores”, destaca Suzana.

Investimento

Apesar da crise, algumas empresas de comunicação, a exemplo de A Gazeta, têm investido em novas tecnologias, com implantação de redação multimídia e modernização do parque gráfico. O Sindicato considera tal iniciativa positiva, na medida em que é acompanhada da valorização daqueles que fazem essa tecnologia funcionar no dia a dia. “Mas, infelizmente, em algumas instituições, ainda há a idéia ultrapassada de aumento da geração de receita por empregado, ou seja, o funcionário deve produzir cada vez mais”, lamenta Suzana.

Vale lembrar que no Brasil o ritmo de expansão da economia nos últimos quatro ou cinco anos é quase duas vezes maior do que o verificado na década de 1990. Nesse mesmo período o setor de comunicação experimentou um processo de maior concentração de capital e alta prosperidade. Apenas em 2008, este mesmo setor, (rádio, jornais, TVs,internet), cresceu 15,5%, em relação ao ano anterior.