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Grito dos Excluídos: movimentos sociais pedem fim do monopólio da comunicação

O dia sete de setembro foi marcado pela realização do 18º Grito dos Excluídos, que este ano teve como tema “Queremos o Estado a serviço da nação”. Entre as bandeiras de luta levantadas pelos participantes estava a democratização da comunicação, que foi defendida na ala de ética por vários sindicatos e movimentos sociais, entre eles, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Espírito Santo (Sindijornalistas).
Os participantes se concentraram no bairro Jesus de Nazareth e seguiram rumo ao Tribunal de Justiça. De acordo com a secretária geral do Sindijornalistas, Sueli de Freitas, é preciso levar o debate da democratização da comunicação para além da categoria. “No Grito dos Excluídos podemos ver pessoas de vários movimentos sociais reivindicando o fim do monopólio da mídia. Isso é sinal que os jornalistas não lutam sozinhos por essa causa e que devemos nos unir a essas pessoas e estudar formas de ampliar esse debate em meio à sociedade civil organizada”, diz Sueli. Ela acrescenta que, além do debate da comunicação, “precisamos nos envolver no debate sobre a concentração de riquezas, combater o grande latifúndio e lutar pela estatização do sistema financeiro, pois é esse modelo que resulta na exclusão social”.
A bancária Lívia de Jesus Domingos, que participou do Grito dos Excluídos na ala de ética, acredita que a cobertura da grande mídia não cumpre seu papel social. “É tudo muito manipulado. Muitas informações que poderiam despertar a criticidade das pessoas em relação a diversos assuntos são emitidas em prol dos interesses de uma minoria”, acredita a bancária.
Um dos pontos altos do Grito dos Excluídos foi a chegada ao Tribunal de Justiça, onde foi feita uma homenagem à militante da Pastoral Carcerária Isabel Aparecida Borges, que, em 2006, foi acusada de incitar detentos a cometer atos de violência, como homicídios e queima de ônibus. Agora, seis anos depois, os inquéritos abertos contra ela foram arquivados pelo Ministério Público por “ausência de materialidade e autoria de prática criminosa”.
Isabel relata como foi ter seu nome e imagem nas capas dos jornais sendo acusada de crimes que não cometeu. “Foi um tiro no coração de todos aqueles que vivem em favor da justiça e da verdade, um tiro dado com a arma da calúnia e da covardia”, desabafa a militante. Para ela, a grande mídia busca camuflar a realidade dos presídios. “A mídia esconde todos os horrores que existem por trás dos muros, mesmo sendo denunciado pela Pastoral Carcerária e outros movimentos”.
Além do eixo de ética, o Grito dos Excluídos contou com alas falando da violência, os efeitos dos grandes projetos instalados no Estado e direitos sociais desrespeitados. No eixo sobre grandes projetos, os manifestantes denunciaram iniciativas do Governo Federal e do Governo Estadual que não levam em conta os danos ecológicos e sociais, como a exploração do petróleo.
Os participantes também mostraram a triste realidade do Espírito Santo no que diz respeito à violência, que afeta principalmente a juventude, mulheres e homossexuais. Outro foco do ato público foi reivindicar políticas sociais, como as que possibilitem afastar os jovens do tráfico de drogas e, consequentemente, da criminalidade.