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LER impede demissão de fotógrafo de A Tribuna

O fotógrafo de A Tribuna, Luiz Pajaú, 58 anos, não pôde ser demitido, conforme pretendia o jornal. Ao fazer o exame demissional, dias depois de ter assinado a dispensa do aviso prévio, foi constatada uma Lesão por Esforço Repetitivo (LER) no cotovelo do braço direito. 

Demitido no dia 1º de abril sem motivos ou explicações, o fotógrafo tem 35 anos de profissão, está há nove na empresa e tem três filhos, sendo uma menor. Diante da doença, adquirida com os movimentos repetitivos para fazer as fotos, Pajaú continua no quadro de empregados, mas não voltou ao trabalho. Está em casa, esperando os resultados dos exames que fez para se submeter ao tratamento médico.

Segundo ele, nestes quinze dias já consultou dois ortopedistas, um clínico e a médica da empresa, que identificou o problema. “Estou sem trabalhar, só andando atrás de médicos indicados pela empresa”. E foram várias consultas marcadas pelo setor de medicina e segurança no trabalho de A Tribuna. Um dos médicos, conta Pajaú, receitou 100 dias de tratamento com remédios, fisioterapia e imobilização do braço. A Tribuna relevou o diagnóstico, mas rapidamente reativou o plano de saúde do fotógrafo.

No dia 14/04, Pajaú foi consultado pelo médico Paulo Molim, do plano de saúde. “Sem fazer nenhum exame, o médico me aplicou uma injeção de corticóide no cotovelo. Quase enlouqueci de tanta dor, que continuou pela noite inteira. Nem consegui colocar o carro na garagem ao chegar em casa”, revelou o fotógrafo. Pajaú ainda não tem um laudo que revele realmente o seu problema, a causa e os agravantes da lesão.

Boatos
O boato que rolou no meio jornalístico para explicar a demissão de Pajaú foi que ele não conseguiu clicar a cafetina Andréia Schwartz, quando ela chegou ao Espírito Santo, deportada dos Estados Unidos. Outro boato que se ouviu foi que apenas um fotógrafo, do jornal O Dia, conseguiu fazer a foto da moça, porque pagou pela exclusividade.

Erramos
O Extra errou ao publicar essa informação, desmentida pelo editor-executivo de arte do jornal O Dia, André Hippertt, a quem pedimos desculpas.
 

O que é LER?
 
LER – Lesão por Esforço Repetitivo. Conjunto de Síndromes (quadros clínicos/patologias/doenças) que atacam os nervos, músculos e tendões, juntos ou separadamente.
 
DORT- Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho. É exatamente igual a LER, porém identifica exatamente a origem do problema: o trabalho.
Origem na sua atividade ocupacional = DORT, outra origem = LER
Elas são sempre degenerativas e cumulativas e sempre precedidas de alguma dor ou incômodo.
 
Quais os sintomas?
Os sinais abaixo são indícios da eventual existência de uma lesão. Tendo algum destes sintomas visite seu médico. Pode não ser nada, mas é melhor prevenir:
 
Estágio 1
Sensação de peso, dormência e desconforto em áreas específicas. Pontadas ocasionais durante as atividades mais intensas (no trabalho ou fora dele) podem ocorrer. As sensações passam, após descanso de horas ou poucos dias.
 
Estágio 2
Existe dor com alguma persistência. A localização da dor é mais precisa. É mais intensa durante picos de atividade. Pode haver perda de sensibilidade, sensação de formigamento, inchaço e calor ou frio na área afetada. Mesmo com descanso a dor pode permanecer ou reaparecer subitamente sem que qualquer atividade tenha sido realizada. Momentos de estresse psicológico ou emocional podem provocar dor ou sensibilidade nos locais afetados.
 
Estágio 3
Perda de força eventual ou freqüente. Dor persistente mesmo com repouso prolongado. Crises de dor aguda podem surgir mesmo durante repouso. Perda de sensibilidade freqüente e eventual,  perda de capacidade de realizar alguns movimentos sem muita dor. Irritabilidade gera ainda mais dor.
 
Estágio 4
Dor aguda e constante, às vezes insuportável. A dor migra para outras partes do corpo. Perda de força e do controle de alguns movimentos. Perda grande ou total da capacidade de trabalhar e efetuar atividades domésticas.
 
Como prevenir?
Identificar os riscos a que você está sendo submetido, no trabalho ou fora dele. Eliminá-los. Se você conhecer alguém no seu ambiente (trabalho ou não) que sente dores com alguma freqüência executando as mesmas tarefas que você, pode ser um alerta de que os riscos existem e você pode ser o próximo.
 
Previna-se:
– Fazendo micro pausas (pequenas pausas rápidas) em qualquer atividade que se exerça, repetitividade excessiva ou postura inadequada por tempo prolongado. Durante essas pausas faça alguns alongamentos para as áreas de seu corpo que estiverem executando a tarefa.
– Atentando para estar sempre com uma boa postura, incluindo a adequação do seu posto de trabalho de acordo com as características físicas e com sua atividade
– Não faça força nem pressão exageradas, repetitivas ou freqüentes em sua atividade
– Cuidando da sua qualidade de vida (corpo e mente)
 
Como se pega?
A doença se pega do abuso, do exagero e/ou descaso durante um tempo prolongado de:
– Movimentos repetitivos
– Postura inadequada
– Força ou pressão
O quadro se agrava quando fatores psicossomáticos como o Estresse se fizerem presentes.
A Lesão/Distúrbio pode ser adquirida no trabalho, em casa, praticando esporte ou hobby, ou ainda na combinação destas práticas.
Nota: problemas físicos e fraturas podem causar os mesmos efeitos da LER/DORT. Isso pode ocorrer por pinçamento de nervos, músculos e tendões.
 
Tem cura?
– Em cem por cento dos casos são curáveis se diagnosticados nos primeiros estágios
– Nos casos mais graves a cura, integral ou parcial, dependerá da disciplina e de boas condições psicológicas do lesionado, por exemplo, não estar deprimido.
 
Como tratar?
Identificando a REAL causa do lesionamento para não repetir os fatores que lesionam durante o tratamento. Se afastar das causas diretas e indiretas da lesão.
– Sabendo que não existe uma fórmula única. Cada caso á um caso totalmente diferente
– Bem diagnosticando a doença
– Fazendo fisioterapia especializada sempre (peça referências)
– Mudar estilo de vida e melhorar a qualidade de vida, incluindo melhorar a auto-estima, os relacionamentos dentro e fora do trabalho, o condicionamento físico e a alimentação (mais verduras e frutas – menos frituras, doces e carboidratos)
– Muita paciência, força de vontade e apoio de colegas, amigos e familiares
– Tratamentos alternativos podem ser utilizados. Os benefícios devem ser percebidos nas primeiras sessões. Caso contrário pare imediatamente e procure outras opções.
– Cadenciar toda atividade repetitiva, incluindo atividade computacional, executando micro pausas freqüentes numa razão mínima de 25 minutos de trabalho por 1 minuto de pausa (recomendável em casos crônicos a razão de 20 por 4), executando durante as pausas alongamentos para relaxamento de músculos, tendões e nervos. Durante as micro pausas recomenda-se também a execução de auto-massagem nas mãos e braços.
– Os alongamentos e auto-massagem indicados acima podem e devem ser realizados sempre que possível durante o dia ou a noite. 
 
 O que não fazer?
– NUNCA, JAMAIS, esconda seus sintomas. Ao menor sinal vá ao médico.
– Usar tala para trabalhar ou fazer qualquer outra atividade
– Engessar o braço por tempo maior que uma semana (não há necessidade de engessar em 99% dos casos)
– Tomar antiinflamatório não específico para LER
– Tomar antiinflamatório por tempo prolongado. Uma ou duas semanas no máximo.
– Consultar só um médico
– Operar a mão/punho (casos raros – são menos de 1% – exigem esse procedimento
– Se tratar sem descobrir a causa REAL da lesão e os fatores agravantes
– Fazer fisioterapia não especializada – se a fisioterapia gerar mais dor, PARE .
– Acreditar que a lesão é puramente devido a fatores psicológicos (normalmente é apenas um agravante)
– Ficar quieto quando você achar que o diagnóstico ou o tratamento estejam errados.
 
(Síntese de diversas pesquisas em legislação DOU de 19.08.1998 e vários sites:  www.cvs.saude.sp.gov.br, www.ler-dort.com.br, www.bristol.com.br, www.keensystem.com.br, dentre outros)