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Programa de treinamento afronta a formação jornalística

Em São Paulo, um programa de treinamento para pretensos “jornalistas”, promovido pelo jornal Folha de S. Paulo, provocou indignação no meio acadêmico e sindical dos jornalistas brasileiros. Num anúncio publicitário, o jornal convida estudantes e recém-formados de qualquer área do conhecimento para fazer um cursinho rápido sobre jornalismo e se credenciar a trabalhar na própria Folha. Para a FENAJ o anúncio e a realização do curso demonstram o descaso do jornal com o Jornalismo e com a profissão de jornalista.

“O fazer jornalístico, em toda sua complexidade, não se aprende num cursinho rápido. A FENAJ defende a exigência da formação de nível superior específica em Jornalismo para o exercício da profissão e quem não compreende a importância da formação profissional, na verdade, não compreende a importância do Jornalismo como forma de conhecimento imediato da realidade”, afirma a vice-presidente da Federação, Maria José Braga.

Para Maria José Braga, a postura do jornal da família Frias não surpreende e é reprovável. “Desde os anos 1980, a Folha investe contra a profissão de jornalista e agora mais uma vez mostra todo o seu desrespeito pela profissão e pelos profissionais”, registra. Segundo ela, a formação humanística, teórica, técnica e ética necessária ao bom exercício da profissão de jornalista não se adquire com um treinamento de 16 semanas. “No máximo, vão treinar os jovens a redigir frases curtas e fazer parágrafos de três linhas, que é a regra nº 1 de redação do jornal”, critica.

O programa de treinamento da Folha – que não é remunerado e não é estágio – é aberto a qualquer pessoa que tenha curso superior concluído ou em andamento e que “seja criativa, bem formada e julgue ter talento para o jornalismo”, conforme o anúncio publicado na edição do jornal do dia 29 de setembro. Para 2015, o programa, a ser desenvolvido em 16 semanas, na sede da Folha, em São Paulo, é patrocinado pela Ambev, Odebrecht e Philip Morris Brasil.

Espírito Santo – Em Vitória, a Rede Gazeta de Comunicações que promove Curso de Residência para profissionais continua recebendo recém-formados em qualquer curso superior. Aliás, este é o pré-requisito básico para se inscrever no Curso de Residência para Jornalistas .

Neste ano de 2014 foram selecionados, segundo matéria públicada no site do próprio jornal, 15 pessoas, sendo 12 formados em jornalismo, um em direito, um em publicidade e propaganda e o último em ciências sociais. Todos, ainda, de acordo com a Rede Gazeta …” participarão gratuitamente do curso e acompanharão, diariamente, a produção multimídia de jornais impressos, televisão, rádio e internet. Eles também terão aulas com especialistas do mercado em diversas áreas. ….”, pois o ” O objetivo do curso é aliar a teoria adquirida na faculdade à experiência do dia a dia na redação”.

Para o Sindicato dos Jornalistas esta prática das empresas de comunicação expressão claramente “a total falta de respeito do empresariado da mídia brasileira com os profissionais jornalistas e com a qualidade das informações que são repassadas todos os dias à sociedade brasileira”, afirmou Suzana Tatagiba, diretora da Federação Nacional dos Jornalistas e do Sindijornalistas.

Com informações do site da FENAJ