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Schröder critica monopólio e defende a formação superior para termos um jornalismo de qualidade

 Em comemoração aos 31 anos do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Espírito Santo foi realizada na terça-feira (13), no plenário da Assembleia Legislativa, uma sessão solene que debateu o tema “Formação e Democratização da Comunicação”. O palestrante foi o presidente da Federação de Jornalistas da América Latina e Caribe (Fepalc), coordenador geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) Celso Augusto Schröder. Segundo Celso Schröder, a realização da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), ocorrida em Brasília entre os dias 14 e 17 de dezembro de 2009, era uma das grandes reivindicações do FNDC. “Até então não havia ocorrido nenhuma conferência. Reinava um silêncio absoluto dos veículos de comunicação sobre si mesmos, gerando um grande déficit democrático”, afirma Schröder, que acredita que essa situação sempre impossibilitou os cidadãos de ter acesso ao direito à informação. “Esse silêncio fortalece somente as grandes empresas de comunicação, deixando os brasileiros a mercê de uma questão com a qual é impossível de conviver, que é o monopólio dos meios de comunicação. Dessa forma, muitas informações de interesse público são impedidas de circular”.

Schröder recordou uma situação na qual a força do movimento pela democratização da comunicação foi muito importante para dar prosseguimento à iniciativa de realizar a conferência. “As grandes empresas se retiraram do processo durante a elaboração do regimento interno da Confecom. O objetivo era sabotar a conferência, mas mesmo assim ela seguiu adiante”, lembra.

Para Schröder, uma das grandes conquistas da Confecom foi romper com o conceito de que regulação e regulamentação no setor da comunicação é censura. Nesse aspecto ele ressalta a aprovação da proposta de criação do Conselho Nacional de Comunicação. Quanto à formação, Schröder afirmou que os jornalistas têm grande apoio da sociedade civil na defesa pela obrigatoriedade do diploma. “Isso ficou muito claro com a aprovação da proposta de criação do Conselho Nacional de Jornalistas e da aprovação, por unanimidade, da obrigatoriedade de ter cursado jornalismo para exercer a profissão. Jornalista é aquele que apura a informação, que distingue o que é boato e o que não é. Não podemos depender de boatos, e sim, de informações corretas. E para isso o profissional tem que ter formação”.

Também compareceram à sessão a secretária de comunicação da Prefeitura Municipal de Vitória Ruth Reis, o presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos Bruno de Souza, a deputada federal Iriny Lopes, o presidente da Câmara de Vitória Alexandre Passos, a secretária geral do Sindijornalistas Sueli de Freitas, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) José Nilton de Oliveira e o deputado estadual Claudio Vereza, que propôs a realização da sessão.

Sindijornalistas

Na sessão realizada no dia 13 de junho a trajetória do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Espírito Santo foi relembrada. O deputado e jornalista Claudio Vereza recordou a atuação do sindicato durante a ditadura. “Naquela época surgiram vários sindicatos combativos, o dos jornalistas foi um deles. Teve um papel muito importante na luta pela redemocratização. Nesses 31 anos de atuação, o sindicato dos jornalistas tem lutado não somente pela valorização dos trabalhadores, pois também apoia lutas nacionais, como a universalização da internet por meio da banda larga”, afirma. A deputada federal Iriny Lopes também falou da atuação do sindicato no combate à ditadura. “Muitos movimentos procuravam o sindicato para encontrar alguma forma de conseguir espaço nos veículos para transmitir informações importantes que o governo ditatorial impedia de circular”, recorda.

Segundo a secretária geral do Sindijornalistas Sueli de Freitas o sindicato atua de forma a estar no dia-a-dia dos trabalhadores, mas sem deixar de lado as lutas nacionais, sempre em busca de uma sociedade igualitária. A sindicalista também falou da apropriação do discurso do movimento em prol da democratização comunicação pelas grandes empresas como forma de desqualificar o jornalismo e os jornalistas “É preciso levar ao público o que nós defendemos como liberdade de expressão, pois essa é uma das nossas maiores bandeiras de luta. Sabemos que o fim da obrigatoriedade do diploma foi impulsionado pelas grandes empresas de comunicação, que têm como falso argumento a liberdade de expressão. Porém, exercício profissional nada tem a ver com liberdade de expressão, diz.